quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

O marketing experiencial

Nas cenas iniciais do filme "Don Juan de Marco", um nítido exemplo de marketing experiencial.

Está crescendo aceleradamente, no mundo dos negócios, o apoio a uma tendência que começou a surgir no final dos anos 90, mas que está ganhando uma força fantástica devido a comprovadas garantias de sucesso obtidas por empresas que já aderiram a ela.  Essa tendência chamada "marketing experiencial" visa promover o produto e, ao mesmo tempo, a marca através de uma experiência sensorial que tem cinco verbos como princípios fundamentais: "sentir", "pensar", "interiorizar", "agir" e "relacionar". Isto quer dizer que o marketing experiencial considera a experiência pessoal do consumidor não apenas como um fator que confirmará sua satisfação em relação ao produto, mas como parte integrante da marca.
Não há dúvida de que o avanço no processo de interatividade promovido pelo avanço na área de tecnologia de informação (TI) tem causado profundas modificações nos setores de promoções e eventos. Isto traz também um visível crescimento no número de empresas que aderem ao marketing experiencial para divulgar suas marcas. Isto ocorre por muitas razões, entre elas o fato de que a nova tendência conta com o apoio de ferramentas virtuais como a internet, a telefonia celular, os "pages", os jogos interativos e outros elementos que proporcionam aos consumidores experiências relevantes em momentos importantes para eles mesmos, para o produto e para a marca. 

Fundamentos filosóficos

O marketing experiencial se baseia nos fundamentos da fenomenologia, uma corrente filosófica que se desenvolveu durante o século XX e cujos princípios estão sendo profundamente considerados como bases importantes para estabelecer novos rumos inclusive nas áreas relacionadas à economia. Os fenomenologistas afirmam que as experiências não são espontâneas, podem ser induzidas, são "de" e "sobre" alguma coisa e têm como referencial a intencionalidade. Os adeptos do marketing experiencial afirmam que essas experiências podem ser multiplicadas entre os consumidores.
A idéia pode ser explicada da seguinte forma:
O consumidor comprou um produto. Se o produto comprado o satisfez, ele o recomendará a amigos, familiares, colegas de profissão e de trabalho, etc. Muitos consumidores agem desta forma com prazer quando o produto adquirido o satisfaz. Isto também ajuda a promover a marca do produto. Se ele se lembra do produto mas não se lembra da marca, muitos consumidores que seguirão suas recomendações  e muitos dos que seguirão as recomendações destes se lembrarão do produto e da marca. 

Contato qualificado

Se o século XXI é o "Século do Conhecimento", é também o "Século da Informação". Assim, um dos principais marcos nestes primeiros anos do século XXI é o rápido avanço da tecnologia da informação, que traz como consequência o avanço da interatividade. Este início do "Século do Conhecimento" é também o início de uma nova era mais interativa e mais voltada para interesses experimentais. 
Não se trata apenas de um fenômeno tecnológico, mas de uma revolução sócio-cultural, uma nova versão do "Renascimento" (*). Já não bastam os dogmas e os conceitos pré-estabelecidos, é preciso conhecer a verdade, e isto só é possível através de experiências. 
O consumidor do mundo atual está cada vez mais consciente que não basta que lhe digam que o produto é bom, ele quer descobrir pessoalmente se é e por que é bom. Baseados nesta realidade, os empresários que já aderiram ao marketing experiencial afirmam que a nova tendência tem proporcionado contatos extremamente qualificados  com o consumidor. Eles garantem que esses contatos multiplicam as vantagens de seus produtos sobre os concorrentes graças a uma combinação de ferramentas inovadoras que geram sensações extremamente positivas. 

No próximo artigo: "'Merchandising' e 'tie-in'" 

(*) Histórico movimento liderado por Leonardo Da Vinci e outros grandes cientistas, artistas e pensadores da Idade Média. Os renascentistas defendiam o direito do povo ao verdadeiro conhecimento obtido através de processos experimentais, não aceitando apenas dogmas e determinações estabelecidos pela Igreja Católica e por governos.

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