quarta-feira, 10 de março de 2010

A empresa familiar e sua competitividade no mercado

Antônio Ermírio de Moraes, um dos mais notáveis empresários brasileiros, diz, do alto de sua indiscutivelmente bem sucedida experiência,  que "estamos todos condenados a estudar". Responsável pelo desenvolvimento do Votorantim como um dos principais grupos empresariais do mundo, ele diz que para alcançar esse objetivo, bastou confiar em seu maior patrimônio: os funcionários. Explicando melhor: ele investiu no capital intelectual dos profissionais que trabalham para o grupo. 
Este deve ser um exemplo a ser seguido por todas as empresas. As constantes instabilidades políticas, sociais e econômicas exigem cada vez mais qualificação e capacitação dos profissionais de todas as áreas. Sei que isto não é novidade alguma, mas é importante lembrar para justificar nossas necessárias adequações a um mundo cada vez mais globalizado e aos consequentes avanços tecnológicos especialmente nas áreas de informação, fato que traz muitas possibilidades mas aniquila outras, mas também podemos dizer o inverso: elimina muitas possibilidades, mas gera muitas outras. 
É com base nesses fatos que está crescendo a popularidade, entre empresários do mundo inteiro, das chamadas "universidades corporativas" ("UCs"). As primeiras surgiram nos anos 1980 nos Estados Unidos. No Brasil, ganharam notoriedade e adeptos a partir do início dos anos 1990, seguindo um modelo de gestão semelhante aos das empresas multinacionais. Ataulmente, as universidades corporativas atuam como complementos das instituições tradicionais de ensino (principalmente de ensino superior, mas não somente), sendo mais flexíveis e, portanto, mas democráticas. Os instrutores são profissionais experientes que compartilham conhecimentos e experiências com seus alunos - ou seja, seus colegas de profissão - que podem ser aplicados rapidamente. 
Isto tem uma lógica bem simples. Todos sabemos que a educação é a principal base para o desenvolvimento de uma pessoa. A empresa é constituída por pessoas, e o desenvolvimento da empresa depende do desenvolvimento de todos e de cada um dos funcionários. Portanto, a UC é uma ferramenta muito importante para promover a cultura organizacional e o alinhamento estratégico de qualquer tipo de organização.

A importância das UCs para as organizações familiares

Essas razões me parecem perfeitamente - se a perfeição existir - condizentes com o que Antônio Ermírio diz. Para empresas familiares como as do Grupo Votorantim, assim como para qualquer outro tipo de empresa, a universidade corporativa se encaixa como um sistema com múltiplas alternativas de aprendizagem.
"Aprendizagem", neste caso, é uma palavra para resumir uma combinação de atualização, qualificação e aperfeiçoamento dos funcionários. Por isto, a UC não somente amplia os conhecimentos profissionais como também propicia a extensão de uma cadeia de valores englobando fornecedores, clientes, parceiros em terceirizações, etc. 
Outro empresário bem sucedido, Paulo Skaf, costuma dizer que profissionalização não é o mesmo que contratação de executivos para gerir um negócio, é organização, métodos e práticas eficazes de gestão. Numa entrevista publicada na edição número quatro da revista "Empresa Familiar", ele disse que a profissionalização é fundamental neste clima de alta competitividade no mercado econômico mundial atual. Disto ninguém tem dúvidas, mas uma declaração como esta, mesmo que nos pareça óbvia, vinda de um empresário como ele, nos dá a impressão de que as universidades corporativas tem tudo para desempenhar um papel fundamental como aliadas às empresas.
No caso das empresas familiares, são muitas as que buscam fusões e aquisições para fortalecer sua participação no mercado diante da globalização. No Brasil, a maioria delas é constituída por pequenas e micro empresas, mas todas são fundamentalmente  importantes para a movimentação da economia nacional. Portanto, é justo e importante que essas pequenas organizações recebam o máximo possível de apoio governamental e de incentivos.

No próximo artigo: "A ética quanto ao uso de idéias alheias" 

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