As Crianças Como Veículos de Propaganda - Parte II: A Socialização do Consumo

Além do processo de socialização,
as crianças são confrontadas paralelamente
com a socialização do consumo. 

Desde quando nascem,
as crianças passam por dois processos de socialização.

Um deles é o processo através do qual a criança aprende a se comportar em família e na sociedade da qual faz parte, recebendo influências dos pais, das mães e de outras pessoas próximas. Desde cedo começam a conhecer a sociedade e o mundo em que vivem e as regras que regem ambos. O outro é o que se chama "socialização de consumo", no qual as crianças são confrontadas com outros agentes de socialização que as lançam para o mercado de consumo.
A socialização é simplesmente o processo em que uma pessoa aprende - ou pelo menos deveria aprender - a desempenhar efetivamente seu papel na sociedade. Na socialização de consumo, as crianças não são consideradas como potenciais consumidoras , mas como influenciadoras e prescritoras, capazes de tornar seus pais, mães e o todos adultos mais próximos delas potenciais consumidores. 

É a partir do momento em que a criança começa a frequentar a escola que ela experimenta sua condição de consumidor(a) de vários tipos de produtos. Elas sempre procuram novidades, algo com elas se identifiquem, estabelecendo pontos de referência. São, portanto, consumidores muitos voláteis. Não poderia ser de outra forma, já que recebem ao mesmo tempo as influências dos professores, das escolas, dos amigos, dos pais, das mães, dos demais parentes, da televisão, da internet, etc.
Todo esse processo é intimamente associado ao desenvolvimento cognitivo, ou seja, ao desenvolvimento do conhecimento, da aprendizagem, da percepção, da memória, do raciocínio, do juízo, da imaginação, do pensamento, da linguagem, etc. Isto tem alta influência na transformação das crianças em prescritoras e eme consumidores ativos. Quando se diz que uma criança é prescritora, está-se dizendo que é ela quem ordena, comanda, estabelece uma determinação - neste caso, a compra de um produto. É quando é a criança quem determina o que seus pais devem comprar e o que ela mesma quer comprar. 

A criança aprende progressivamente através da família, da escola, de amigos e da mídia. Vendo o exemplo dado pelos seus pais e suas próprias mães, tios, tias, etc., como consumidores, será consumidora como eles. Ou seja, tornar-se há consumista. Porém os grupos de amigos e os colegas de escola também influenciam fortemente. A escola, por ser um elemento de aprendizagem e formação, permite analisar o desenvolvimento cognitivo da criança e suas relações com outras crianças. Atualmente a internet contribui muito como uma espécie de porta aberta para o mundo.