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| Cena da propaganda de um carro, que nas TVs brasileiras foi ao ar durante muito tempo em intervalos de programas infantis. |
de propagandas comerciais
de brinquedos
em horários infantis
abriu espaços
para propagandas para adultos
e fez as vendas de automóveis crescerem.
Até bem pouco tempo, havia uma propaganda comercial em que o pai dirigia o carro enquanto a criança lhe perguntava, várias vezes, se já estavam chegando em casa. O pai dizia que não, e a criança parecia se sentir feliz. Finalmente, quando ele dizia "sim" para mesma pergunta, a criança parecia ficar aborrecida: queria permanecer no carro, que era muito confortável. Este comercial foi ao ar diariamente, sempre nos horários de programas infantis de todos os canais abertos do Brasil, e aquele foi o período em que o veículo anunciado alcançou altos índices de vendas.
Outro comercial - uma imagem dele é a que está na foto - mostrava uma criança dentro do carro, se sentindo admirada por pessoas que estavam em outros carros quando na verdade aquelas pessoas admiravam o carro. Este também era exibido em horários de programas infantis. Neste caso o carro também obteve sucesso de vendas. Por que isto aconteceu?
Para qualquer profissional de comunicação que se prese, a explicação é fácil. Neste caso em especial, a presença da criança no próprio comercial tem um outro objetivo: além das crianças em casa poderem exercer alta influência sobre os pais, crianças são influenciadas por outras crianças, especialmente as da mesma idade. Ou seja: as crianças em casa são influenciadas pela mensagem passada pela criança do comercial. É óbvio que uma criança não pode comprar um carro, mas pode convencer o pai de trocar o carro que já tem por aquele em que a criança do comercial se sente tão confortável.
Talvez você diga, "mas eu não deixo meu filho ou minha filha decidir o que eu compro". Você, talvez não, mas muitos pais e mães, sim. Vivemos numa sociedade em que algumas pessoas acusam outras de serem consumistas, mas na verdade todos somos. Não são poucos os pais e mães que confundem "amor e carinho" com presentes caros e, muitas vezes, fora de época.
Alguns pais fazem isto para compensar a ausência por causa da separação entre o marido e a esposa, ou por causa da ausência em função do trabalho, ou ainda porque quer dar ao filho ou à filha o que não teve quando era criança. Porém, isto só contribui para que muitos pais se endividam e para que, no futuro, as crianças se tornem adultos consumistas compulsivos e também frequentemente endividados (*), pois foi assim que aprenderam com os pais.
Esse tipo de estratégia em que as propagandas comerciais são veiculadas em intervalos de programas infantis faz parte de um esquema conhecido entre os publicitários como "marketing infantil". É um marketing voltado ao público infantil oferecendo produtos e serviços infantis, mas também para fazer com que as crianças influenciem os consumidores adultos.
Essa abordagem é subordinada a regulamentações em vários países. No Brasil e em alguns outros essas regulamentações são muito limitadas. Por exemplo, estão muito restritas ou mesmo proibidas as propagandas de brinquedos durante os horários infantis nas TVs, mas isto ampliou espaços para propagandas comerciais de produtos destinados a adultos envolvendo as crianças para atingir seus objetivos. Este foi o caso da propaganda comercial do carro, citada acima. É um marketing favorecido pelos níveis de relacionamento que as crianças tem com os pais e as mães em casa, com os avôs e avós, tios e tias, e até com as pessoas que cuidam delas nas creches, nas escolas, etc.
No entanto, é possível as próprias empresas adotarem decisões éticas quanto a isto. A Coca-Cola, por exemplo, decidiu não mais direcionar suas mensagens a menores de 12 anos de idade. O próprio departamento de marketing de qualquer empresa pode - e deve - fornecer subsídios para o adequado desenvolvimento e comercialização de produtos e serviços destinados a públicos de qualquer idade. Basta aplicar o que se chama "socialização do consumo". "A Socialização de Consumo" será o tema da nossa próxima postagem.
Outro comercial - uma imagem dele é a que está na foto - mostrava uma criança dentro do carro, se sentindo admirada por pessoas que estavam em outros carros quando na verdade aquelas pessoas admiravam o carro. Este também era exibido em horários de programas infantis. Neste caso o carro também obteve sucesso de vendas. Por que isto aconteceu?
Para qualquer profissional de comunicação que se prese, a explicação é fácil. Neste caso em especial, a presença da criança no próprio comercial tem um outro objetivo: além das crianças em casa poderem exercer alta influência sobre os pais, crianças são influenciadas por outras crianças, especialmente as da mesma idade. Ou seja: as crianças em casa são influenciadas pela mensagem passada pela criança do comercial. É óbvio que uma criança não pode comprar um carro, mas pode convencer o pai de trocar o carro que já tem por aquele em que a criança do comercial se sente tão confortável.
Talvez você diga, "mas eu não deixo meu filho ou minha filha decidir o que eu compro". Você, talvez não, mas muitos pais e mães, sim. Vivemos numa sociedade em que algumas pessoas acusam outras de serem consumistas, mas na verdade todos somos. Não são poucos os pais e mães que confundem "amor e carinho" com presentes caros e, muitas vezes, fora de época.
Alguns pais fazem isto para compensar a ausência por causa da separação entre o marido e a esposa, ou por causa da ausência em função do trabalho, ou ainda porque quer dar ao filho ou à filha o que não teve quando era criança. Porém, isto só contribui para que muitos pais se endividam e para que, no futuro, as crianças se tornem adultos consumistas compulsivos e também frequentemente endividados (*), pois foi assim que aprenderam com os pais.
Esse tipo de estratégia em que as propagandas comerciais são veiculadas em intervalos de programas infantis faz parte de um esquema conhecido entre os publicitários como "marketing infantil". É um marketing voltado ao público infantil oferecendo produtos e serviços infantis, mas também para fazer com que as crianças influenciem os consumidores adultos.
Essa abordagem é subordinada a regulamentações em vários países. No Brasil e em alguns outros essas regulamentações são muito limitadas. Por exemplo, estão muito restritas ou mesmo proibidas as propagandas de brinquedos durante os horários infantis nas TVs, mas isto ampliou espaços para propagandas comerciais de produtos destinados a adultos envolvendo as crianças para atingir seus objetivos. Este foi o caso da propaganda comercial do carro, citada acima. É um marketing favorecido pelos níveis de relacionamento que as crianças tem com os pais e as mães em casa, com os avôs e avós, tios e tias, e até com as pessoas que cuidam delas nas creches, nas escolas, etc.
No entanto, é possível as próprias empresas adotarem decisões éticas quanto a isto. A Coca-Cola, por exemplo, decidiu não mais direcionar suas mensagens a menores de 12 anos de idade. O próprio departamento de marketing de qualquer empresa pode - e deve - fornecer subsídios para o adequado desenvolvimento e comercialização de produtos e serviços destinados a públicos de qualquer idade. Basta aplicar o que se chama "socialização do consumo". "A Socialização de Consumo" será o tema da nossa próxima postagem.
(*) - Leia o artigo sobre isto: "Geração Consumo", no blog "A Vida é um Show" - http://cultinform.blogspot.com.br/.
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