terça-feira, 29 de dezembro de 2009

A cultura organizacional ética

A globalização é um processo de integração econômica mundial que acontece como consequência natural da abertura do comércio internacional. É um mecanismo de busca da redução de custos e o aumento da produtividade na fabricação de mercadorias. Como principais fatores que contribuem para sua consolidação, podemos citar a queda de barreiras alfandegárias entre os países, o avanço de conhecimentos científicos e o consequente avanço da tecnologia. Esse avanço tecnológico se verifica com forte evidência na área da informação. Se até poucos anos já se considerava impossível a existência de um lar sem um aparelho de televisão, hoje já se considera que quem não possui um computador conectado à internet está praticamente isolado do mundo, como uma ilhota numa região remota do oceano Atlântico que nem sequer consta em algum mapa. 
O início do processo de globalização não é recente. Na verdade os primeiros avanços para a integração da economia mundial ocorreram entre o final do século XV e o início do século XVI, quando a expansão ultramarina das nações européias ampliou o leque de conquistas de novos mercados em outros continentes. O processo ganhou novos avanços com as duas etapas da Revolução Industrial nos séculos XVIII e XIX, mas a relação de interdependência econômica entre os países foi fortemente percebida somente a partir de 1929, ano em que ocorreu a queda da Bolsa de Valores de Nova York, que levou o mundo a uma grave crise econômica. Agora, o mundo vive as consequências de uma nova crise econômica ainda mais profunda do que aquela, que durante esses primeiros anos do século XXI certamente se tornou um acontecimento que serviu para delinear cuidadosamente os próximos passos que terão que ser dados nos próximos anos.
O próximo ano será o último da primeira década deste século. Parece um tanto óbvio dizer isto, mas a passagem para o Ano Novo, que acontecerá às 24 hs de amanhã, marca um momento de expectativas sobre como serão os próximos 12 meses. Afinal, o que quer que aconteça em 2010 sob os pontos de vista social, político e econômico, servirá para traçar uma previsão sobre o que ocorrerá nos próximos anos. 
Eis, portanto, a razão pela qual o século XXI está sendo considerado o "Século do Conhecimento", epíteto que lhe fora dado a partir do início dos anos 1990. Está cada vez mais evidente que tem mais chances de sobrevivência e de conquistas de melhores padrões de vida não só quem tiver maior acúmulo de conhecimentos, mas quem tiver talento suficiente para discernir os conhecimentos mais convenientes para cada ocasião e para cada objetivo. Não se trata apenas do conhecimento científico ou do tecnológico, mas também do preparo que cada pessoa precisa ter para garantir seu espaço na sociedade. A "lei do mais forte" está sendo substituída pela "lei do que sabe mais", e isto torna evidente a necessidade de cada pessoa saber distinguir e selecionar os conhecimentos. 
Diante deste quadro, para ser bem sucedida, uma empresa ou organização de qualquer porte, atuante em qualquer setor, precisa se adequar a uma cultura organizacional ética que vise sugerir a cada funcionário o que ele deve pensar e como deve agir. Mas isto não deve ser interpretado como uma imposição, e sim como uma ideologia que funcione como forma de moldar as coisas, permitindo que o funcionário tenha seu valor como pessoa e como profissional devidamente reconhecido e que sejam aplicados e aceitos os padrões necessários de conhecimento. Assim será mais fácil detectar práticas antiéticas e ilegais, já que os valores e princípios éticos (aos quais me referirei no próximo artigo) deverão ser os fatores básicos que nortearão seu comportamento.

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