A importância dos programas de ética

No vídeo, o cunsultor  empresarial Norberto Rotter fala sobre  ética empresarial.

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Nos dois artigos anteriores, foram abordados as perspectivas para as empresas no "Século do Conhecimento" e  a necessidade da implementação de uma cultura organizacional ética. Este artigo é o terceiro capítulo da minha exposição.

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Os valores éticos são muito importantes para que gerentes e seus subordinados tomem decisões condizentes com as metas e convicções de uma empresa. Eles constituem os fundamentos básicos da cultura de uma organização; portanto, devem servir como referências para as decisões estratégicas da empresa visando sua identificação, suas condições de manter sua existência, a competitividade e a coesão interna. 

Definição dos valores éticos

Para isto, a empresa precisa definir um conjunto de valores e uma linha de pensamento ético. Não basta que a alta direção selecione valores para resolver problemas de consciência ética. A seleção tem que contemplar uma criação de regras e princípios incluídos de forma claramente explícita num documento que deve ser repassado a todos os membros da organização. 

Isto é importante, mas ainda não é suficiente para garantir o sucesso do projeto. No processo de implementação da cultura ética de uma empresa, são indispensáveis o total comprometimento da administração e a mais absoluta transparência e clareza da alta direção e dos gestores quanto à escolha de certos valores e princípios e à forma como eles serão aplicados à rotina da empresa. 

A importância da atuação do líder neste contexto

O líder tem uma importante função como motivador das pessoas para um real envolvimento com a cultura ética da empresa ou organização, mas para isto ele precisará de todo o apoio possível da administração. Esta, por sua vez, assume uma grande responsabilidade ao elaborar um quadro de valores e princípios éticos. É de suma importância que os valores selecionados sejam claramente fundamentados, e o modo como serão operacionalizados tem que ser explicitamente indicado. Para os funcionários, a simples definição de práticas empresariais sem levar em conta esses detalhes se torna apenas uma lista de obrigatoriedades sem significado - e, portanto, acarreta a falta de motivação. Em resumo, o líder tem que assumir e defender valores. 

Alguns especialistas em liderança empresarial costumam dizer que a liderança pode ser exercida com base em recompensas e punições. O. C. Ferrell (autor de "Estratégia de Marketing") diz que isto pode ser entendido em quatro dimensões: a) recompensa de comportamento dependente de desempenho, b) punição por comportamento dependente de desempenho, c) recompensa por comportamento não dependente de desempenho, e d) punição por comportamento não dependente de desempenho. No primeiro caso, o líder elogia um funcionário por ter agido corretamente mesmo que tenha causado prejuízos à empresa. No caso "b", o líder impõe alguma sanção ao funcionário por este não ter agido adequadamente. No caso "c", o líder é simpático para com todos e reforça positivamente os comportamentos de seus subordinados, mas com  isto ignora atos antiéticos e trabalhos pouco ou nada qualitativos. No caso "d", mesmo sem serem diretamente culpados, os funcionários são punidos por um resultado qualquer. 

Para motivar o comportamento ético na empresa, o líder precisa convencer as pessoas a darem importância a alguns interesses relacionados à satisfação pessoal interna, mas à qual somente as atitudes éticas coerentes poderão satisfazer. Neste caso, precisam ser considerados os aspectos mais objetivos da carreira profissional, tais como o desenvolvimento pessoal dentro da empresa, salários e privilégios. Resumindo: a conduta do líder precisa ser baseada em princípios de justiça e de boa fé.

No próximo artigo, que será uma sequência deste, o tema será "Habilidades e Competências Específicas".