terça-feira, 12 de abril de 2016

A publicidade infantil deve ser proibida?

Organizações 
que defendem
os direitos da criança e do consumidor
querem o fim da publicidade infantil.


Em 1992, um comercial na televisão mostrava uma tesoura escolar com um desenho do Mickey e um menino desenhando a frase "Eu tenho, você não tem". Nos dias atuais isto seria considerado uma espécie de "bulling" virtual. É por causa de propagandas comerciais assim que, desde 2014, quando o Conselho Nacional da Criança e do Adolescente (Conanda) publicou uma resolução contra publicidades que se aproveitam da incapacidade de julgamento das crianças, os órgãos legisladores vem sendo pressionados para acabar com a publicidade infantil. 
A resolução se baseia num entendimento do Conselho de Defesa do Consumidor, que define como abusiva a publicidade e a propaganda direcionadas às crianças para fazer com que estas persuadam seus pais a comprarem o que elas desejam. também baseado nisto, o Superior Tribunal de Justiça (STJ), no mês passado, decidiu considerar ilegal o uso de qualquer propaganda destinada ao público infantil como aquela dos biscoitos Balducco, que condicionava a necessidade de comprar os biscoitos para ganhar um relógio do Shrek. 
Talvez proibir totalmente todo e qualquer tipo de publicidade destinado ao público infantil seja um exagero. Entretanto, realmente alguns tipos de propagandas comerciais como os já aqui mencionados passam dos limites necessários. Uma propaganda do tipo "eu tenho, você não" traz como efeito algo como "eu posso, você não pode" pode provocar a baixa estima nas crianças cujos pais, pelo menos naquele momento, não estejam em condições de comprar o que elas desejam. A venda de alimentos com brinquedos também pode trazer como consequência a mal-educação alimentar: crianças fazem seus pais comprarem determinados alimentos para ganhar os brinquedos, e muitos desses produtos são excessivamente calóricos. São propagandas e comercializações inescrupulosas por ser levado em consideração o alto risco que elas causam à saúde das crianças, podendo causar problemas como obesidade, problemas cardíacos e riscos de contrair diabetes. 
Felizmente algumas empresas fabricantes de produtos infantis (brinquedos, alimentos, etc.) já começaram a criar restrições voluntárias tanto nas estratégias de marketing quanto na própria comercialização. Paralelamente, a Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e Bebidas não Alcoólicas (Abir) propõe que os fabricantes desses tipos de produtos não realizem ações de marketing e publicidade nos horários de programas de televisão em que mais de 35% da audiência sejam compostos por crianças com menos de 12 anos. Não é grande coisa, mas já é um começo que pode ajudar, já que canais de TV a cabo com programação exclusivamente infantil, por exemplo, não poderiam veicular propagandas comerciais de refrigerantes ou sucos artificiais em horário algum.  

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