segunda-feira, 19 de abril de 2010

O compartilhamento administrativo


O estímulo e a motivação são frequentemente interpretados 
como se fossem a mesma coisa, 
mas são sensações diferentes.  

As empresas ou organizações que pretendem enfrentar os desafios do mundo atual e se manter em condições de competitividade não podem permanecer aplicando os já antiquados e há muito tempo obsoletos processo de hierarquia. Para se manter em atividade, a empresa precisa adotar um processo que estimule o desempenho dos funcionários adquirindo, produzindo e compartilhando com eles todas as informações operacionais e táticas. Compartilhar informações é compartilhar poder, e nas empresas onde esse tipo de processo já foi adotado, ficou comprovado que o poder dividido na verdade se multiplica.
São informações operacionais todas as que se relacionam ao funcionamento da empresa. Neste caso, incluem-se dados sobre transações rotineiras, fatores críticos de sucesso, produtos mais vendidos num determinado período, etc. Estes são exemplos de informações operacionais que podem favorecer decisões estratégicas e se tornar importantes para orientar as ações futuras da organização. Ao mesmo tempo, o compartilhamento de informações táticas contribui para que os fatores críticos de sucesso e os elementos estruturais da empresa se tornem amplamente importantes para a eficácia de estratégias. 

O compartilhamento ajuda a desenvolver competências

Existem muitos conceitos para a palavra "competência", mas todos convergem para a idéia de que é a importância atribuída à ação do funcionário. Não deve ser confundida com "habilidade", pois esta é algo que uma pessoa tem mas nem sempre precisa utilizar. As competências se referem à ação, mas constituindo resultados, as variáveis que os definem e os desempenhos dos funcionários. 
Isto acontece porque o desenvolvimento das competências acarreta o desenvolvimento de estímulos e de motivação. Estes são dois fatores que, apesar de serem frequentemente interpretados como sendo a mesma coisa, têm diferenças bem evidentes. O estímulo é um impulso que sentimos quando somos influenciados por ações de outras pessoas. Um funcionário de uma empresa se sente estimulado através de premiações, recompensas, demonstração de reconhecimento do valor de seu trabalho, etc. Por outro lado, a motivação é resultante de um processo de constantes modificações causadas pelas necessidades pessoais do funcionário, surgindo como uma força interior que os impulsiona a algo. Em resumo, o estímulo é causado por agentes externos e a motivação surge de necessidades interiores de cada indivíduo.


Na busca por uma explicação melhor, suponhamos que o funcionário "A" receba um salário pouco maior do que o do funcionário "B". Suponhamos também que o gerente da empresa em que ambos trabalham tenha feito a ambos a mesma proposta: trabalhar por mais cinco horas extras num determinado dia, recebendo pelas cinco horas 40% do que recebem por um dia de trabalho em horário normal. Como se trata de uma proposta e não de uma ordem, "A" a recusou e "B" aceitou porque para "B" os 40% a mais seriam mito bem vindos. Em outras palavras, o dinheiro foi visto apenas como tentativa de estímulo por "A", mas causou motivação em "B". 
Neste caso, o estímulo é secundário, não representa, pelo menos segundo o ponto de vista do próprio funcionário, algo muito importante para ele. A motivação, ao contrário, leva o funcionário a perceber que aquela porcentagem a mais pode ajudar a suprir pelo menos algumas de suas necessidades financeiras. 
Temos, todos nós, uma enorme dificuldade em entender por que as outras pessoas fazem coisas que jamais faríamos e se negam a fazer o que achamos que nós mesmos teríamos que fazer. Frequentemente esquecemos que as pessoas são diferentes entre si, e que por isto têm pontos de vista, experiências e necessidades diferentes. Talvez seja por isto que diretores, gerentes ou presidentes de empresas ou grupos empresariais nem sempre conseguem compreender por que determinados funcionários faltam muito ao trabalho, quase sempre chegam atrasados, odeiam as segundas-feiras e parecem se sentir felizes às sextas-feiras. Nem todos os funcionários que agem assim são relapsos, muitos têm razões que nem eles mesmos são capazes de perceber.  Entre essas razões, talvez estejam as de que os executivos têm bons salários, secretárias, não precisam marcar ponto e, se precisarem ir a um médico ou levar o filho à creche, não terão que pedir permissões. Seus funcionários, ao contrário, precisarão da permissão deles para suprir qualquer necessidade fora do ambiente de trabalho. Isto gera certos fatos que serão o tema do próximo artigo.


A seguir: "Como resolver problemas causados por diferenças individuais?"



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