Mecanismos psicológicos de defesa

Quando o funcionário não sente o reconhecimento da empresa ou organização pelo seu trabalho, ele inevitavelmente sente uma profunda frustração. Para superá-la, recorre - inconscientemente, na maioria das vezes - a mecanismos de defesa, todos de origem psicológica, mas divididos em psicológicos, sociológicos, químicos e tecnológicos. São mecanismos de defesa psicológicos a racionalização, a fantasia, a projeção, o deslocamento, o simbolismo, a sublimação, o isolamento, a compensação, a regressão, a apatia, a generalização e a somatização. 

A racionalização é a tendência que uma pessoa tem para justificar o que sente ou faz. Por exemplo: você procura um determinado livro em várias livrarias mas não consegue encontrá-lo. Disfarça sua frustração pensando: "Tudo bem, eu não teria tempo para lê-lo mesmo." Outro exemplo: uma pessoa fez uma aposta para o sorteio da Mega Sena, mas não ganhou; então diz: "Não era para ser desta vez mesmo. Quem sabe, talvez na próxima...".

Na projeção, como o próprio nome indica, uma pessoa projeta sobre outra um defeito ou uma responsabilidade que na verdade é dela mesma. Exemplo disto é o que ocorre quando um funcionário falta a um dia de trabalho ou sai mais cedo sem permissão, seu chefe lhe chama a atenção por isto e ele diz que o chefe o persegue. 

"O cliente tem sempre razão"

O deslocamento ocorre quando uma emoção associada a uma idéia inaceitável a transforma em outra aparentemente aceitável. Exemplo:

Sem justificativa para isto, um cliente dirige palavras ofensivas a um funcionário da empresa. Para não perder o cliente, o gerente da empresa diz ao funcionário aquela antiga frase: "O cliente sempre tem razão". 

A sublimação é a tentativa nem sempre bem sucedida de realizar algo para suprir necessidades nem sempre percebidas pela própria pessoa. É o caso de casais de idosos que, tendo filhos casados e morando longe, se dedicam a criar animais de estimação. 

A sensação de isolamento é percebida numa pessoa que, mesmo estando em companhia de várias outras, não participa das conversas, não presta atenção ao que as outras pessoas dizem ou fazem. Ou seja, mantém-se isolada. Enquanto as outras pessoas assistem a uma partida de futebol pela televisão, tenta ler um livro ou fazer outra coisa qualquer, ou simplesmente sai da sala. 

A compensação permite desenvolver capacidades para cobrir deficiências. Por exemplo, um aluno com dificuldades para aprender matemática se dedica mais a aprender matérias que assimila com mais facilidade em vez de tentar superar suas dificuldades em relação àquela. 

"Em cima do muro"

Nenhuma história infantil é realmente apenas uma história infantil. Na verdade elas revelam verdades aos adultos para que estes as ensinem às crianças. A expressão "em cima do muro" se baseia naquela historinha, tantas vezes lembrada através de desenhos animados, do ovo que passava o dia inteiro sentado em cima de um muro e com medo de cair para um dos lados e se quebrar. Ela retrata muito bem a condição de quem "não é contra nem a favor", ou seja, a apatia - um mecanismo de defesa psicológico caracterizado pela mais absoluta falta de atitude. 

É o caso do funcionário cujo chefe está sempre lhe dizendo que seu trabalho está ruim mas não o ajuda a melhorar seu desempenho. O funcionário perde a motivação e se torna apático em relação a outras tarefas.

"Todo mundo é culpado, menos eu!"

A generalização ocorre quando atribuímos a um grupo de pessoas ou a toda a humanidade culpas por fatos que não nos agradam. O que na verdade é algo particular - ou, como dizem as autoridades do governo, "um fato isolado" - é interpretado como algo muito mais abrangente. É quando uma pessoa diz que todos os norte americanos são arrogantes, que todos os italianos gesticulam muito enquanto falam, que todos os índios são preguiçosos. Os preconceitos raciais e de nacionalidade estão entre os exemplos mais comuns de generalização. 

A somatização se refere "doenças psicológicas". É o caso de pessoas que costumam ter taquicardia quando são contrariadas por um motivo qualquer. 

A seguir: "Mecanismos de defesa sociológicos, químicos e tecnológicos"