quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Polêmica sobre filme de Renato Aragão: uma estratégia de marketing que sempre dá certo.

O mesmo truque 
foi aplicado 
no caso da participação 
de 
Ivete Sangalo e Cláudia Leitte
no 
Rock in Rio
e do lançamento do livro e do filme
"O Código Da Vinci". 

Poucos meses antes da edição passada do Rock in Rio começar, o apresentador do Jornal da Globo, William Waack, anunciou: "Confirmadas as participações de Ivete Sangalo e Cláudia Leitte no Rock in Rio". Isto foi o suficiente para, no dia seguinte, iniciar-se uma intensa campanha nacional alimentada por roqueiros que defendiam que que apenas grupos de rock deveriam se apresentar no evento. Por outro lado, fãs das duas cantoras defendiam a participação delas. A campanha contra elas se intensificou, durou meses, até o início do Rock in Rio. Quando as duas cantoras se apresentaram, o índice de público pagante foi altíssimo, porque havia entre a platéia fãs de todos os grupos de rock, mas também muita gente que nem gostava de rock mas estava lá por ser fã das duas. Resultado: a soma da bilheteria em reais foi um "record". 
O mesmo esquema funcionou o sucesso do livro "O Código Da Vinci", do escritor norte americano Dan Brown, e do filme com o mesmo título, baseado no livro. Antes do lançamento do livro, inicialmente nos Estados Unidos e logo em seguida em todo o mundo, padres, pastores e líderes de igrejas cristãs iniciaram campanhas condenando a obra como uma heresia. Muitas foram as pessoas que chegaram a apontar Dan Brown como um "anticristo". Resultado: muitos eram os leitores que gostavam de outras obras do mesmo autor lançadas anteriormente, mas desta vez muitos foram aqueles que queriam saber por que o conteúdo do livro gerava tanta discussão. Com isto, após o lançamento em 1994, em pouco tempo a primeira edição de "Ó Código Da Vinci" se tornou o livro mais vendido no mundo, e as cinco edições seguintes obtiveram o mesmo sucesso de vendas. Ainda hoje o livro continua sendo reeditado e é sempre um dos mais vendidos no planeta. 
No caso do filme, aconteceu a mesma coisa. Assim que os produtores de cinema anunciaram o lançamento, com Tom Hanks no papel principal, novamente as igrejas entraram em campo, clamando seus fiéis a não assistirem ao mesmo. Resultado: pessoas que leram o livro e gostaram foram assistir o filme, e pessoas que não leram o livro mas queriam saber por que a história causava tanta polêmica lotaram os cinemas no mundo inteiro. No Rio de Janeiro, em São Paulo, em Belo Horizonte e em Vitória, por exemplo, o filme permaneceu em cartaz durante meses e muitas pessoas que quiseram assisti-lo tiveram adquirir ingressos com dias de antecipação. 
Na verdade, isto acontece graças a esquema de marketing que já é um "velho conhecido" dos profissionais de comunicação - principalmente os especializados em marketing e propaganda. Funciona da seguinte maneira: 
Uma agência de publicidade ou mesmo apenas um profissional de publicidade contratado para esta finalidade organiza uma equipe que planeja e realiza o tal esquema. Alguém da equipe informa os jornalistas, os departamentos de jornalismo de rádios e TVs, revistas, etc. Uma pessoa - que pode ser da equipe ou não - faz uma postagem - contra ou a favor - do evento. Isto é suficiente para que outras pessoas, umas contra e outras a favor, iniciem debates através da internet, em conversas com amigos, em programas de TV etc. Ou seja: aplica-se aquilo que diz um velho ditado: "Que falem bem ou mal, mas o importante é que falem." Em resumo: uma equipe de publicitários bem pagos para isto dá o pontapé inicial, e em seguida um imenso público pró e/ou contra faz todo o resto do trabalho para eles, de graça, sem se dar conta disto. 
A mesma coisa está acontecendo agora no caso da polêmica sobre o novo filme de Renato Aragão, "O Segundo Filho de Deus". O título já é suficiente para tanta discussão, e obviamente já foi estabelecido para esta finalidade. Segundo as críticas, Renato interpreta no filme um homem que teria sido enviado por Deus para concluir um trabalho que Jesus não concluiu (pelo menos esta é a interpretação de alguns críticos). Novamente se vê pelo Facebook e outras redes sociais online um crescente debate principalmente com a participação de muitos cristãos. Certamente isto favorecerá muito o sucesso do filme, pelos mesmos motivos dos exemplos citados acima. 

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